Com a reabertura das fronteiras e a retomada do turismo, o desafio de levar ou mandar dinheiro para o exterior voltou à tona. Segundo um levantamento realizado em agosto deste ano pela Wise (ex-Transferwise), empresa de tecnologia financeira global especializada em envio de dinheiro internacionalmente, 28% dos viajantes brasileiros afirmam que estão planejando realizar uma viagem para o exterior nos próximos seis meses. Mas as taxas de câmbio infladas e a conversão de moedas aparecem como as maiores dificuldade para tirar essa ideia do papel para 60% e 32% dos respondentes, respectivamente.
Aceito em diversos países do mundo e um balizador econômico global, o dólar ainda é um termômetro para quem quer viajar para fora do país. Porém, as diferenças entre as cotações e as taxas cambiais da moeda americana impactam os turistas que estão planejando as próximas férias.
Uma moeda para cada finalidade
O dólar comercial é a cotação utilizada em operações comerciais, como importação e exportação. Já o dólar turismo é aquele vendido para pessoas físicas, sendo adquirido em espécie em casas de câmbio ou bancos comerciais. Outras operações realizadas por pessoas físicas, como compra de passagens aéreas ou artigos em sites internacionais, também fazem uso do dólar turismo como base.
A cotação do dólar turismo se baseia sempre na cotação do dólar comercial, mas tem embutidos alguns custos que o tornam mais caro para quem usa essa variação. Entre eles, está a receita de cada instituição que opera com a moeda – como questões logísticas e operacionais.
“Uma pessoa física não pode comprar dólar comercial para viajar. Porém, os clientes da Wise podem pagar a cotação do dólar comercial em viagens para os Estados Unidos. Se o turista tem uma conta bancária no país de destino, pode usar a nossa plataforma para transferir dinheiro e reduzir o impacto da diferença entre dólar comercial e turismo na viagem”, explica Pedro Barreiro, líder de Banking e Expansão para o Brasil na Wise.
Cotação e taxas de câmbio infladas desafiam brasileiros
De acordo com dados de estudo recente encomendado pela Wise ao Grupo Croma, 29% dos entrevistados apontaram que a falta de transparência dos valores tarifários das instituições gera dúvidas sobre o valor final e é um dos principais desafios na hora de realizar transações em moeda estrangeira.
“O que percebemos é que as principais dificuldades das pessoas no processo de converter dinheiro estão relacionadas ao entendimento do câmbio, e isso faz sentido. Educar o cliente é essencial para mudar o cenário atual”, ressalta o executivo. “Acreditamos que fornecer informações adequadas e claras deve ser um compromisso conjunto dos players do mercado. O poder de decisão entre um ou outro serviço deve ser inteiramente do cliente, em linha com a preferência dele, então devemos dar esse poder por meio da transparência”, finaliza.