A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), deflagrou na sexta-feira (22/03), a Operação Calvário, que resultou nas prisões de quatro integrantes de um grupo criminoso responsável por falsificar e vender atestados médicos e certidões de óbito em Manaus.
Foram presos em flagrante Adrya Santos Coutinho, Kerolen Carvalho de Souza, Sandro da Silva Costa e Gabriel Ferreira da Rocha. As investigações iniciaram há cerca de 15 dias, após recebimento de denúncias, informando que perfis em uma rede social estariam anunciando a venda clandestina de tais documentos.
Conforme o delegado Cícero Túlio, titular do 1° DIP, a denúncia indicou a existência de uma pessoa que supostamente estaria comercializando atestados médicos e certidões de óbito falsas. A partir dessa informação, foi identificada a participação das pessoas envolvidas no esquema criminoso.
“Durante as investigações, coletamos a informação de que haveria uma entrega de um atestado de óbito nas imediações do 1° DIP. Foi realizada uma campana no local, ocasião em que um motoboy foi abordado ao realizar a entrega do material. Ele informou que poderíamos encontrar a responsável por remeter a documentação falsa em uma autoescola no bairro Alvorada”, relatou o delegado.
Diligências
Ainda segundo a autoridade policial, as equipes foram ao endereço e conseguiram efetuar a prisão de Kerolen – líder do grupo – que estava em posse de algumas documentações e carimbos falsos. Ela confirmou participação no crime e indicou onde os demais integrantes poderiam ser localizados.
“Com base nisso foi possível prender outras três pessoas, sendo elas Adrya, Sandro e Gabriel, e coletar centenas de atestados médicos falsos, carimbos, papéis timbrados, blocos de atestados em branco, receituários médicos e documentos utilizados para a prática dos golpes”, explicou Cícero.
Eles foram presos no bairro Cachoerinha, zonas sul, Dom Pedro, zona centro-oeste, e Adrianópolis, centro-sul da cidade.
Em posse de Gabriel, que é companheiro de Kerolen, foram encontrados equipamentos eletrônicos que eram utilizados para confecção dos atestados e impressão desses materiais. “As investigações preliminares dão conta de que não havia participação de nenhum médico, e sim que a quadrilha realizava pesquisas em relação aos nomes desses profissionais em unidades de saúde, para assim mandar confeccionar os carimbos com os nomes”, informou.
As investigações identificaram que o grupo administrava várias contas correntes criadas em nome de terceiros de outros estados registradas em bancos digitais, onde os recursos oriundos das vendas dos documentos falsos eram recebidos, além de utilizarem chips telefônicos também em nome de terceiros, a fim de dificultar a atuação da polícia.
Outros crimes
Kerolen também já chegou a realizar fraudes relacionadas ao recebimento de um programa social do Governo Federal, e isso é objeto de investigação que irá subsidiar o inquérito policial. Além disso, o grupo também operava o sistema de venda de medicações para realização de abortos, inclusive com assessoria virtual no momento em que as pessoas estavam realizando o procedimento.
“Ela confessou que as vendas desses medicamentos eram realizadas por meio de perfis falsos nas redes sociais”, contou Cícero.
Procedimentos
Todos responderão por associação criminosa, falsificação de documentos públicos e particulares, estelionato e falsidade ideológica. Eles foram encaminhados à audiência de custódia e ficarão à disposição do Poder Judiciário.
As informações são da assessoria.