A candidata a vereadora pelo PT comprometeu-se em defender um modelo econômico mais justo, inclusivo, sustentável e com participação popular para a capital. Documento elenca 12 reivindicações
A candidata a vereadora pelo PT em Manaus Anne Moura assinou uma carta-compromisso chamada “Outra Economia para novas cidades – Eleições 2024”, comprometendo-se a defender um modelo econômico mais justo, inclusivo, sustentável e com participação popular para a capital do Amazonas num futuro mandato na Câmara Municipal. O documento traz 12 agendas e discussões importantes para transformar as cidades brasileiras a partir da implantação de um novo pacto econômico oposto ao capitalismo predatório.
A carta é organizada pela Articulação Brasileira para Economia de Francisco e Clara (ABEFC) e pela Casa Amazônica de Francisco e Clara – duas redes de atuação na Igreja Católica com viés na economia e em alusão à São Francisco e Clara Assis, a fundadora do ramo feminino da Ordem Franciscana. A Arquidiocese de Manaus, a Cáritas, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) e o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares) são apoiadores.
No encontro com candidatos, Anne Moura ressaltou que a participação popular, além de ser parte da identidade e do modo de gestão do Partido dos Trabalhadores, é primordial para encontrar soluções aos problemas econômicos de cidades como Manaus, uma metrópole com mais de 2 milhões de habitantes.
“A minha formação política vem da construção coletiva e eu acredito que não seja possível discutir outro modelo de política econômica e ambiental sem envolver a comunidade. A periferia de Manaus tem uma potência gigantesca, mas que vive ciclos de exploração e, por isso, cada vez mais as pessoas ficam sem acesso a direitos básicos. É preciso que a sociedade entenda que para salvar o planeta, precisamos mudar nossas práticas de forma coletiva”, ressaltou Anne.
O que diz a carta
Segundo as propostas defendidas na carta “Outra Economia para novas cidades”, as lógicas atuais da economia neoliberal vêm retirando direitos e submetendo pessoas, territórios e a própria democracia a uma dinâmica de exploração e, por isso, é preciso lutar por um novo modelo econômico.
É o que explica Marcela Vieira, representante da Cáritas. “Somos felizes nessa Manaus que vivemos? Uma cidade suja, com déficit em saúde pública e habitacional, uma Câmara Municipal voltada para ela mesma, que não está em prol da sociedade”, diz. “A carta nasce justamente de escutas e debates feitos em todas as regiões do Brasil em torno desse processo de desmonte das políticas públicas, da negação de direitos e do esvaziamento dos espaços de controle social, principalmente, essa tentativa de negar a força e potência das periferias das cidades”, afirma Marcela Vieira.
Dentre as reivindicações da carta estão o direito à cidade; economia popular solidária como nova forma de geração de trabalho e renda; partilha dos meios de produção; descentralização de políticas públicas para chegar aos bairros; segurança alimentar e nutricional para zerar a fome; comida sem agrotóxicos; atenção a pessoas em situação de rua; despejo zero e combate a desapropriações; mais casas populares e políticas de habitação; participação social em conselhos; gestão sustentável de resíduos sólidos; transição energética; adaptação climática; mobilidade; orçamento participativo; combate a privatizações; controle das terceirizações; além de saúde, educação e assistência social como direito universal.
Propostas de Anne
Dentre os compromissos econômicos assumidos na carta, a candidata a vereadora do PT Anne Moura lembrou das sugestões de políticas públicas já apresentadas e que estão alinhadas às reivindicações do documento “Outra Economia para novas cidades”. Dentre elas o Gabinete Popular Comunitário para aproximar a população das ações na Câmara Municipal, a Moeda Social Manaós como solução para transações econômicas nas periferias, além da educação ambiental, criação de ciclovias e ciclofaixas e a criação de um Centro de Reciclagem e Compostagem.
“Na pandemia, a gente precisou mudar e se adaptar a uma realidade para viver. É possível. Eu acredito no potencial de uma comunidade organizada, que participa e entende a importância da reciclagem e da compostagem. Nós vamos trazer a comunidade como protagonista através do Gabinete Popular, que eu considero fundamental”, defendeu Anne Moura.
A economia de Francisco e Clara
A economia de Francisco e Clara nasceu de um desafio ao status quo econômico e de uma provocação feita pelo Papa Francisco durante um evento internacional para dois mil jovens economistas, empreendedores e transformadores sociais de 150 países do mundo. Daí surgiu o movimento para transformar a realidade das cidades a partir de um novo modelo econômico, sendo a Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara (ABEFC) a representante no Brasil.
Com informações da assessoria