Por Walter Junio
Um dos alvos da Operação Comboio, general do Exército Carlos Alberto Mansur, foi exonerado na noite desta terça-feira (29/08) do cargo de secretário de Segurança Pública do Estado do Amazonas. A informação foi divulgada em nota pelo Governo do Amazonas. Mansur é um dos 16 alvos da investigação desencadeada hoje em Manaus, Apuí (AM) e São Paulo com o objetivo de desarticular organização criminosa que utilizava a estrutura da SSP para cometer crimes como corrupção,peculato e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Rede Amazônica, Mansur chegou a ser preso em flagrante pela Polícia Federal por posse ilegal de arma de fogo. Ele foi liberado logo em seguida após pagar fiança.
“O Governo do Amazonas informa a exoneração do Secretário de Estado de Segurança Pública, general Carlos Alberto Mansur, com o objetivo de que não haja qualquer tipo de interferência nas investigações coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado e Polícia Federal, que resultaram na operação Comboio, deflagrada nesta terça-feira (29/08)”, disse o Governo do Estado em nota.
Ainda de acordo com o Executivo, os demais servidores da alta cúpula da SSP investigados na operação foram afastados de suas funções. “O Governo do Estado destaca que os servidores efetivos, também investigados e alvos da operação, foram imediatamente afastados das funções que ocupavam e as demais providencias administrativas serão adotadas a fim de esclarecer os fatos. Já os servidores comissionados foram exonerados dos cargos. Por fim, o governo reforça que está auxiliando nas investigações, prestando todas as informações necessárias e que não compactua com quaisquer irregularidades ou atos ilícitos cometidos por servidores públicos”, diz o governo.
Investigação
O próprio procurador-geral de Justiça do Amazonas, Alberto Nascimento Rodrigues, confirmou que o ex-secretário era um dos alvos da operação.
“Por óbvio, se há o pedido do procurador-geral de Justiça e na hora que o procurador-geral de Justiça assume essa responsabilidade, e quando há uma autoridade com prerrogativa de foro. então, se há uma prerrogativa de foro, a quem cabe investigar secretário, prefeitos, deputado estadual, juízes, promotores, é o procurador-geral de Justiça. É por óbvio que se o procurador-geral está à frente é porque há envolvimento com prerrogativa de foro, e esse alguém é o secretário de Segurança”, disse o procurador-geral Alberto Nascimento Rodrigues.
Segundo a Polícia Federal, uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma e foi conduzida para a sede da Superintendência da Polícia Federal, zona centro-oeste de Manaus. A operação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em 16 alvos, entre eles membros da alta cúpula da Secretaria de Segurança, como informou o MP. Entre os membros, o MP aponta a participação de oficiais da Polícia Militar e policiais civis.
Ainda de acordo com o MP, a organização criminosa se utilizava de informações privilegiadas para extorquir facções criminosas no estado. Carros oficiais da SSP eram usados para o cometimento de crimes, segundo o Ministério Público.
Há a suspeita de um posto de gasolina ter sido utilizado na lavagem de dinheiro. De acordo com o coordenador do promotor de Justiça Igor Starling Peixoto, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime, Organizado (Gaeco),uma empresa estaria recebendo o pagamento sem entregar o produto.
Além da prisão em flagrante, mais três casos estavam sendo analisados na manhã desta terça-feira na sede da PF,em Manaus. Ainda segundo o MP, dois gabinetes da alta cúpula da Secretaria de Segurança foram alvos de busca e apreensão nesta terça-feira.
O MP descartou cumprimento de mandado de prisão durante a Operação Comboio. Mais detalhes da operação não foram repassados, pois segundo o MP, é para não atrapalhar as investigações.
A operação é para investigar possíveis irregularidades na Secretaria de Segurança Pública (SSP).