Nesta sexta-feira (18/10), às 20h, o Teatro Amazonas recebe o concerto inédito da Orquestra de Violões do Amazonas (Ovam) com a pianista gaúcha Carla Ruaro, protagonista do projeto “Um piano na Amazônia – A grande expedição”. A formação musical “piano e violões”, dividindo o mesmo palco, representa um diferencial do concerto, sob a regência de Davi Nunes. O apoio é do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Ingressos à venda no www.shopingressos.com.br e na bilheteria do Teatro Amazonas. Para plateia e frisas, R$ 10 e, nos demais lugares, a entrada é gratuita, por ordem de chegada.
Com chancela do Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale, o projeto “Um piano na Amazônia” consiste em levar a música às comunidades ribeirinhas, tendo como instrumento o piano a bordo de um barco regional. A primeira edição foi em 2017 e, este ano, a iniciativa foi realizada novamente, iniciando a expedição pelo rio Amazonas em 24 de setembro.
A embarcação de dois andares abriga o piano içado por uma grua, no convés superior. Carla Ruaro, idealizadora do projeto, comenta sobre a viagem que promove o contato entre as comunidades, o instrumento e a música. “Desta vez seguimos pelo rio Amazonas, levando o piano para mais comunidades ribeirinhas, apresentando músicas de grande valor cultural de compositores dos estados do Pará e Amazonas, por onde o barco percorreu”, disse a pianista.
“Quero que o piano seja não só um instrumento musical, mas que também tenha um impacto de transformação na vida das pessoas, assim como foi com a minha. Acho relevante levar a arte produzida na Amazônia para comunidades remotas, tão importante fonte de inspiração para muitos compositores amazônidas”, comenta.
O regente da Ovam, Davi Nunes, chama atenção para a nova proposta de formação do concerto, evidenciando a versatidade dos instrumentos envolvidos. “Temos mais uma vertente em que a Orquestra de Violões do Amazonas desenvolve junto a esse projeto, sendo a primeira vez que a orquestra irá fazer um concerto onde vamos trabalhar com o piano”, destaca o maestro. “Isso é algo muito importante, ainda mais se falando de uma obra genuinamente amazônica regional, a suíte para Waldemar Henrique, feita realmente pensando nesse projeto todo de Amazônia, a floresta, as lendas amazônicas, enfim, o espetáculo tem tudo a ver com isso”, reforça o maestro, citando os compositores Sebastião Tapajós, Antonio Pereira e outros inseridos no repertório da noite.
O projeto
“Um piano na Amazônia” faz parte do sonho audacioso de Carla de levar um piano para comunidades remotas – muitas das quais nunca viram um piano antes. A artista espera que, indo à fonte dos compositores e dos sons que inspiram seu trabalho, ela possa encontrar um novo sentido de realização criativa e conexão. E, ao fazer isso, talvez ela também possa se tornar uma fonte de inspiração para artistas ao redor do mundo perseguirem seus sonhos mais ousados.
Em 2017, de forma independente, a pianista reuniu uma equipe de profissionais que aceitou a parceria e, juntos, partiram para seu primeiro desafio: içar o piano ao interior de um barco e percorrer o rio Arapiuns, no estado do Pará, dentro da reserva extrativista Tapajós-Arapiuns.
Da aquisição e transporte do instrumento às oficinas e apresentações para as comunidades ribeirinhas, o projeto articulou ainda uma enorme gama de ações que fortalecem os laços locais e a autovalorização de comunidades e artistas, ao se verem sinceramente representadas pelo interesse e esforço da intérprete e sua equipe.
No interior da embarcação foram realizadas entre duas e quatro oficinas de piano por dia, quando mais de 1000 crianças tiveram a oportunidade de assisti-las. Concertos foram realizados à noite, na beira do rio nas comunidades de Vila Franca, Tucumã, São Pedro, Mentai, Curi, Bom Futuro, São Francisco, Atodi, Vila Gorete, Vila Brasil, Lago da Praia, Urucureá e Alter do Chão.
O curta “Raízes – Um Piano na Amazônia” foi lançado em 2018 e conquistou diversos prêmios no Brasil, Europa, USA e Marrocos.
Com informações da assessoria