O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira (09/06) que no Estado, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais recuou de 5,1% em 2019, para 4,9% em 2022. Vê-se aí uma redução de 0,2 ponto percentual (p.p.), ou seja, menor que a alcançada no Brasil (0,5 p.p.), no mesmo período. Também alcançou a menor taxa da série, iniciada em 2016.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, referente à educação no país em 2022, identificaram que no total, 148 mil pessoas em todo Estado não sabiam ler e escrever.
Essa é a primeira divulgação do módulo pós-pandemia. Vale mencionar que devido à redução na taxa de aproveitamento da amostra, causada pela mudança na forma de coleta implementada, emergencialmente durante o período de distanciamento social, a divulgação do suplemento foi suspensa em 2020 e 2021, e retorna agora com os resultados para 2022.
“O analfabetismo segue em trajetória de queda, mas mantém uma característica estrutural: quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Isso indica que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda crianças, mas permanece um contingente de analfabetos, formado principalmente, por pessoas idosas que não acessaram à alfabetização na infância/juventude e permanecem analfabetas na vida adulta”, observa a coordenadora Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
As taxas de analfabetismo ficaram em 18,4% entre as pessoas de 60 anos ou mais; 9,7% entre as pessoas com 40 anos ou mais; 6,3% entre aquelas com 25 anos ou mais e 4,9% entre a população de 15 anos ou mais.
Por outro lado, a taxa de analfabetismo das pessoas de 40 anos ou mais foi a que mais caiu, reduzindo-se em 0,6 ponto percentual (p.p) frente à encontrada em 2019.
Taxa de analfabetismo de pretos e pardos declina, mas entre brancos aumenta
Em 2019, das pessoas pretas ou pardas ,com 15 anos ou mais de idade, 5,5% eram analfabetas, ou seja, um pouco mais que o dobro da taxa encontrada entre as pessoas brancas (2,6%). Posteriormente verificou-se, em 2022, que a taxa de analfabetismo entre pessoas pardas e pretas ficou em 4,9%, enquanto a taxa encontrada entre as pessoas brancas foi de 3,6%. Esse último grupo teve um aumento de 7 mil pessoas, se comparado a ano de 2019. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo dos brancos alcançou 14,4%, enquanto no grupo de pretos ou pardos ela chegou a 18,9%.
Beringuy destaca que “a tendência de queda do analfabetismo se verifica nos grupos onde ele é maior: população mais velha e de pessoas de cor preta ou parda.
Na análise por sexo, a taxa de analfabetismo das mulheres de 15 anos ou mais, em 2022, foi de 4,5%, enquanto a dos homens foi de 5,3%. Entre os idosos, a taxa das mulheres foi de 18%, o que configura uma queda de 0,6 ponto percentual (p.p.) comparando-se a 2019, enquanto a taxa dos homens ficou em 18,8%, revelando uma queda de apenas 0,2 p.p. em relação a 2019.
Nordeste mantém maiores taxas de analfabetismo
Entre as 27 unidades da federação, as que as três maiores taxas de analfabetismo foram Piauí (14,8%), Alagoas (14,4%) e Paraíba (13,6%). Já as três menores taxas foram as do Distrito Federal (1,9%), Rio de Janeiro (2,1%) e de São Paulo e Santa Catarina (ambos com 2,2%).
Níveis de instrução
No Amazonas, os grupos com ensino fundamental incompleto ou completo tiveram quedas entre 2019 e 2022. A taxa de pessoas com o ensino fundamental incompleto chegou a 24,2%, uma queda de 3,8 p.p., se comparado a 2019, quando a taxa era de 28%. Esta foi a queda mais acentuada, proporcionalmente, desde o início da série em 2016 para o Estado.
A taxa de pessoas com o ensino fundamental completo ficou em 7,6%. Em 2019 ela era de 8,3%. Em contrapartida, a taxa de pessoas com ensino médio completo avançou de 31,8% ,em 2019, para 35,8% ano passado. O aumento foi de 175 mil pessoas. A taxa de pessoas com ensino superior completo também avançou no Estado, chegando a 12,8%, um aumento de 51 mil pessoas se comparado a 2019 (11,8%).
Em sete anos, o percentual de pessoas de 25 anos ou mais de idade ,com pelo menos o ensino básico obrigatório, aumentou. Em 2016 era de 49%, em 2019 era de 54,7% e no ano passado alcançou 57,8% no Estado.
O percentual de pessoas, de 25 anos ou mais, com ensino médio completo, ensino
superior incompleto e ensino superior completo também teve um salto na taxa de alfabetização, no Amazonas, de 29,9%, em 2016, para 35,8% em 2022.
A quantidade de pessoas sem instrução, de 14 anos ou mais de idade; subiu de 120 mil ,em 2019, para 147 mil em 2022, no Amazonas.
Situação de estudo e ocupação
No Amazonas a taxa de analfabetismo reduziu entre pessoas, de 15 a 29 anos não estão ocupadas e não frequentam escolas, em 0,6%. Porém ainda permanece num patamar elevado de 25,4% ou seja, são 286 mil jovens nesse condição.
Entre os não ocupados e frequentando escola, a taxa de 2022 foi de 27,2%, tendo apresentado uma redução em relação a 2019 (29,6%).