A Obesidade Infantil, é um problema cada vez mais comum na infância: o sedentarismo. Com crianças passando mais tempo diante das telas e menos em movimento, os impactos na saúde física e emocional já são evidentes. Especialista alerta que o estilo de vida sedentário tem contribuído diretamente para o aumento da obesidade entre os pequenos.
“Na última década, o número de crianças e jovens sedentários aumentou significativamente, e isso impacta diretamente na saúde delas. Doenças que antes eram comuns apenas em adultos, hoje estão sendo tratadas em crianças muito novas”, alerta o Prof. de Educação Física, coordenador e professor da Estácio, André Fernandes.
O estilo de vida familiar é um dos principais fatores que influenciam o comportamento sedentário das crianças. “Quando os pais são sedentários, é natural que os filhos repitam esse padrão. Por outro lado, quando a família pratica atividades físicas e convida a criança a participar, o incentivo se torna mais eficaz. O exemplo arrasta”, destaca André.
Ele alerta ainda para um comportamento comum na infância: o de enjoar rapidamente de uma atividade. “Muitos pais, ao perceberem que o filho perdeu o interesse, trocam de modalidade e, quando isso se repete, acabam desistindo. Mas é importante persistir. É normal que as crianças mudem de atividade com frequência — o importante é manter o contato com o exercício físico.”
Segundo André, o segredo está em transformar o movimento em algo prazeroso e natural no dia a dia. “Se for à praia, por exemplo, em vez de apenas sentar e comer, aproveite para fazer uma caminhada, brincar e criar momentos de lazer ativo. São só pequenas atitudes como essa que formam hábitos saudáveis e podem fazer toda a diferença no futuro.”
Os sinais do sedentarismo podem ser percebidos desde os primeiros meses de vida. “Durante toda a infância já existem critérios de avaliação, feitos por profissionais, que conseguem demonstrar se uma criança é sedentária ou não. Entre eles, o comportamento motor, social e uma série de medidas que sinalizam esse comportamento. E os efeitos são diretos: quanto menos se movimenta, menos energia a criança gasta — e mais peso ela ganha”, disse o profissional.
Exercício físico e boa alimentação são fundamentais. Um não substitui o outro. Juntos, eles garantem uma infância mais saudável e previnem problemas futuros. O que diferencia uma criança que está acima do peso por má alimentação daquela que é sedentária é o percentual de gordura corporal, que segundo André, é medida de diversas formas, sendo a mais utilizada é o IMC (Índice de Massa Corporal). “A relação entre peso e altura pode ajudar na contribuição desse processo, a criança que começa a ter acúmulo de gordura excessiva no seu corpo é um exemplo clássico do sedentarismo, então o exercício físico com uma boa alimentação sem sombra de dúvida são fundamentais para que essa criança tenha uma vida mais saudável e tem mais condições de ter uma boa qualidade de vida na fase adulta”, explicou o professor de Educação Física
Telas, sedentarismo e saúde mental: qual é a relação?
A tecnologia pode ser uma grande aliada no aprendizado e no entretenimento, mas quando usada em excesso, especialmente na infância, ela se torna uma vilã silenciosa. “A exposição prolongada a celulares, tablets e televisão prende as crianças em comportamentos sedentários, reduz o movimento e interfere diretamente na saúde física e emocional”, explica André.
Segundo ele, como as crianças ainda não têm maturidade para estabelecer limites por conta própria, acabam passando horas diante das telas — o que reduz o tempo dedicado a brincadeiras, atividades físicas e interações sociais. “A falta de movimento não apenas favorece o ganho de peso, mas também priva a criança de vivências importantes, como enfrentar desafios, desenvolver habilidades motoras e aprender a lidar com frustrações — experiências que estão naturalmente presentes no esporte e em diversas atividades físicas.”
Além do risco de obesidade, o excesso de tempo em frente às telas tem sido associado a quadros de ansiedade, irritabilidade, distúrbios do sono e dificuldades de concentração. Para André, a solução está no equilíbrio: estabelecer limites para o uso da tecnologia e garantir que a atividade física faça parte da rotina, sempre de forma leve e prazerosa.
E quanto à escola? O ambiente escolar é um bom ponto de partida para a prática de atividades físicas, mas está longe de ser suficiente. Fernandes observa que muitas instituições oferecem apenas uma aula de educação física por semana, o que não atende às necessidades de movimento das crianças. Por isso, é fundamental que haja estímulos fora da escola, com atividades regulares no dia a dia.
“A criança precisa de estímulo constante. Diversificar as atividades, criar oportunidades para o movimento e, acima de tudo, dar o exemplo são atitudes que fazem a diferença. Combater a obesidade infantil exige rotina, participação da família e incentivo ao movimento desde os primeiros anos de vida.”, finaliza o professor de Educação Física
Com informações da assessoria































































