A Hora Cívica recebeu um significado diferente nesta quinta-feira (14/03), no Colégio Amazonense Dom Pedro II (CADP II), conhecido como “Estadual”, localizado no Centro de Manaus. A escola comemorou 155 anos de fundação oficial com apresentações culturais da fanfarra e balizas, atividades pedagógicas, como a realização de um Júri Simulado com a 3ª série do Ensino Médio, além de um momento simbólico de parabéns à instituição histórica, com um “abraço” coletivo dos estudantes na entrada da instituição.
O Colégio Amazonense Dom Pedro II é a unidade de ensino mais antiga do Amazonas e uma das dez mais antigas do Brasil. De acordo com a diretora da escola, Adriana Brasil, a história da instituição se funde com a do próprio estado e o orgulho de participar dessa rotina é imensurável. “Eu sou ex-aluna daqui e, hoje, comandar essa escola é uma responsabilidade enorme, mas também é um orgulho. Falei para os alunos que eles irão sentir falta quando saírem, porque o colégio tem um apelo sentimental muito forte. Ele abraça, ele acolhe”, ressaltou Adriana.
Além da gestora da unidade de ensino, o Colégio Amazonense Dom Pedro II conta com outros profissionais egressos. Entre professores e agentes administrativos, o sentimento é o de dar retorno àquele espaço que os construíram enquanto cidadãos, explicou Lúcia Maria Farias, que se formou na instituição em 1996 e hoje trabalha na equipe administrativa. “O que eu lembro daqui, enquanto aluna, é de viver em união com meus colegas. Esse amor, que é o DNA da escola, permanece até hoje. É muito gratificante poder devolver isso para a nova geração, agora trabalhando. Eu os enxergo (alunos) como filhos e sempre peço para que aproveitem as oportunidades”, destacou a profissional.
Atividades
Os mais de 1,2 mil alunos do colégio participaram das ações que aconteceram nos turnos matutino e vespertino nesta quinta-feira (14/03). Foram 30 turmas mobilizadas nas apresentações da fanfarra, das balizas e do ato simbólico de parabéns e carinho à escola histórica.
Outro momento, neste dia de comemoração, foi a realização do Júri Simulado, que já é tradição na unidade de ensino, e que acontece há quase dez anos. Nesta ocasião, o caso escolhido movimentou uma peça teatral com a participação de 45 alunos da 3ª série do Ensino Médio.
Enquanto advogada de defesa, durante a peça teatral, a aluna Ludmila Deodato, 17, disse que enxergou o Júri como um reforço do que deseja para o futuro. “Quando o Júri foi proposto, eu pensei que era minha oportunidade de testar a minha real capacidade de cursar Direito. Fizemos tudo juntos (a turma), desde as pesquisas, até a confecção das roupas para a peça”, ressaltou a aluna.
A aluna também ressaltou a paixão pelo Colégio Amazonense Dom Pedro II. De acordo com Ludmila, a ideia de estar em um lugar histórico é presente no imaginário dos alunos.
“Eu sempre quis estudar aqui, me sinto honrada e privilegiada de participar desses mais de 150 anos de história. Amo de verdade estar aqui, indico para todo mundo a escola. Essa experiência não vivemos em nenhum outro lugar”, declarou a discente.
O Júri Simulado recebeu a visita de promotores do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) durante as suas apresentações.
Histórico
Fachada em estilo neoclássico, com armas do Império do Brasil em alto relevo e colunas em pedra de liós importadas de Portugal são detalhes que chamam atenção de quem passa pela frente do Colégio Amazonense Dom Pedro II.
O colégio, hoje com 155 anos, é considerado “patrimônio histórico do Amazonas”, tombado em 1988, pelo decreto nº 11.034. Fundada em 1869, pelo então presidente da Província do Amazonas, João Wilkens de Matos, com o nome de Lyceu Provincial Amazonense. A escola teve outras nomenclaturas: Gymnasio Amazonense, Gymnasio Amazonense D. Pedro II e, a partir da administração do governador Henoch da Silva Reis, passou a se chamar Colégio Amazonense D. Pedro II.
FOTOS: Eduardo Cavalcante/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar