Por Alberto Jorge*
Excelente partilha de conhecimentos, uma contribuição da cultura religiosa, que nos ajuda a conhecer o passado de outros povos, de outras culturas.
Faz-se necessário desmistificar o real significado de demônio nas culturas anteriores ao cristianismo.
É algo diferente do que o senso comum atualmente define.
Quem recorda do terrível demônio que no filme clássico “O Exorcista”, que toma o corpo de uma garota, fazendo coisas horríveis?
O meu companheiro de Jornalismo, João Dantas nos brindou com esta excelente postagem no Facebook.
PAZUZU – O DEMÔNIO DO VENTO
O Museu do Louvre possui diversos artefatos assustadores como o “Pazuzu”, um deus demônio retratado na arte assíria do 1º milênio a.C.
Pazuzu é uma estátua datada aproximadamente entre os séculos VIII e VII a.C (período entre 800 a.C e 601 a.C), pertencente à arte mesopotâmica .
Pazuzu é uma das mais importantes obras de arte feitas em bronze dentro da arte assíria.
O ano e o local de sua descoberta são desconhecidos, a única coisa que se sabe com certeza é que foi encontrado no Iraque.
No ano de 1872, passou a fazer parte da coleção de arte do Museu do Louvre em Paris; está exposta na sala 6 da ala Richelieu dentro do departamento de antiguidades orientais.
Tem 14,5 cm de altura. É feito de bronze.
É uma escultura redonda ou autónoma que representa o demónio Pazuzu (rei dos demónios do vento, representava o vento sudoeste e era também o portador da peste, das pestes, do delírio e da febre).
É representado em pé e como uma combinação de diferentes partes, tanto animais quanto humanas.
Apresenta o corpo de um homem nu, a cabeça de um leão com uma expressão maligna, os pés são garras de águia, dois pares de asas e uma cauda de escorpião.
A mão direita é levantada para cima, enquanto a mão esquerda é representada para baixo.
A perna esquerda com as garras (como os pés) está ligeiramente para a frente, enquanto a perna direita e a garra estão ligeiramente para trás.
A escultura inteira está assentada em um pequeno pedestal retangular. Uma inscrição pode ser vista na parte de trás da estátua, uma tradição aproximada é a seguinte:
“Eu sou Pazuzu, filho de Hanbi,
O Rei Demônio Maligno de Lilu (demônios do vento),
a poderosa montanha tremeu,
Eu me promovi.
Os ventos sob os quais
Eu segui sua direção para o oeste.
Individualmente, quebrei suas asas”.
Para terminar no que diz respeito à funcionalidade , esta pequena escultura poderia ter tido a finalidade de servir de amuleto protetor.
As informações neste artigo são de responsabilidade do autor.
(*) Alberto Jorge – Xɛ́byosɔnɔ̀n Alberto Jorge Silva Ọba Méjì
Nascido em 26 de Abril de 1960 em Manaus, AM;
Dotɛ́ do Xwɛgbɛ́ Xwɛgbɛ́ Acɛ́ Mina Gɛgi Fɔn Vodún Xɛ́byosɔ Toy Gbadɛ́
Coordenador Geral da Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana – ARATRAMA
Fundador e Mantenedor da Associação de Desenvolvimento Sócio Cultural Toy Badé
Formação – Com formação em Filosofia e Teologia pelo Centro de Estudos do Comportamento Humano – CENESCH; Radialista; Psicólogo Clínico Especialista; Doutorando em Psicologia Evolutiva e da Educação.
É Conselheiro Titular do Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais do Amazonas; Conselheiro Titular do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial do Amazonas; Ex Conselheiro Estadual de Saúde do Amazonas; Ex Conselheiro Municipal de Saúde de Manaus;
Membro do Comitê de Saúde LGBT do Amazonas; pesquisador da Étnocultura dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana; militante há 35 anos nos Movimentos de Negritude, dos Povos Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana, de Defesa, Conservação e Preservação do Meio Ambiente; e de Direitos Humanos.