Por Alberto Jorge*
Hoje, recebi um texto escrito por meu querido irmão Ogan Luís Alves, de Brasília (DF).
Em tempos de BBB 23, de saracuticos de cristãos católicos e evangélicos por conta dos desfiles de Escolas de Samba que mostraram as várias formas do Diabo (SIC).
Incrível é que apenas o Diabo de chifres, vermelho e de cara feia é que causa frisson e histeria.
O verdadeiro Diabo, que maltrata, tortura, que mata e faz cara de paisagem, não é levado em conta.
Uma das versões diabólicas do passado recente, que teima em continuar existindo, e continua sua sanha assassina, IMPUNEMENTE, nasceu dentro de igrejas cristãs.
Leiamos com atenção e façamos uma profunda reflexão do texto que segue.
Boa leitura.
Onde nasceu a Ku Klux Klan!?
Dentro de igrejas cristãs norte-americanas, onde pregavam uma supremacia branca, e assassinava por enforcamento negros que cruzassem seus caminhos; isso se dava após seus cultos cristãos dominicais.
A cruz flamejante espalhava o terror à comunidade negra.
A narrativa desses atos satânicos se pode ouvir nas musicas de Stranger Fruits, que falam dos corpos de negros pendurados nas árvores como se fossem estranhos frutos.
Além dos enforcamentos, havia e ainda há corpos negros linchados e ate carbonizados muitos deles ainda estavam vivos e não importava a idade. Podiam ser idosos, jovens e até crianças. Ninguém escapava do ódio dessas pessoas.
O texto é um desabafo contundente, que nos revela a hipocrisia dominante: a imagem vermelha e preta, com aspectos grotescos, entre chamas cenográficas, intriga, irrita, desperta crises histéricas e surtos psicóticos irados, a partir de uma leitura bíblica canhestra e absurda de textos pinçados de acordo com a conveniência e ideologia financeira, cultural, social e política dos oportunistas da fé.
É hora de se dar um basta nesse show patético de satanização do que está ligado ao imaginário castrador, controlador medieval.
O Diabo que mata os Yanomami com a destruição do meio ambiente, mataram 700 mil pessoas por falta de oxigênio, de atendimento de saúde adequado, por uso induzido de cloroquina ineficiente, por medo de tomar vacina e virar jacaré; os Demônios da extrema direita bolsonarista que mataram, friamente, sete pessoas entre elas uma menina de 12 anos, por causa de dinheiro perdido em um jogo de bilhar; para citar alguns entre tantos outros absurdos.
Esse Diabo continua solto, atuante, e a serviço de maus políticos, dos maus padres, pastores e até pais de santo, que se recusam à sair das trevas da ignorância e desejo perverso de lucrar com a miséria humana.
As informações neste artigo são de responsabilidade do autor.
(*) Alberto Jorge – Xɛ́byosɔnɔ̀n Alberto Jorge Silva Ọba Méjì
Nascido em 26 de Abril de 1960 em Manaus, AM;
Dotɛ́ do Xwɛgbɛ́ Xwɛgbɛ́ Acɛ́ Mina Gɛgi Fɔn Vodún Xɛ́byosɔ Toy Gbadɛ́;
Coordenador Geral da Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana – ARATRAMA;
Fundador e Mantenedor da Associação de Desenvolvimento Sócio Cultural Toy Badé.
Formação – Com formação em Filosofia e Teologia pelo Centro de Estudos do Comportamento Humano – CENESCH; Radialista; Psicólogo Clínico Especialista; Doutorando em Psicologia Evolutiva e da Educação.
É Conselheiro Titular do Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais do Amazonas; Conselheiro Titular do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial do Amazonas; Ex Conselheiro Estadual de Saúde do Amazonas; Ex Conselheiro Municipal de Saúde de Manaus;
Membro do Comitê de Saúde LGBT do Amazonas; pesquisador da Étnocultura dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana; militante há 35 anos nos Movimentos de Negritude, dos Povos Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana, de Defesa, Conservação e Preservação do Meio Ambiente; e de Direitos Humanos.
Parabéns ao autor do texto.
Obrigada Oba meji.